Trio de madeireiras conquista leilão inédito de manejo florestal em área gigantesca

Trio de madeireiras vence leilão histórico de manejo florestal em área equivalente a três São Paulos. Saiba os detalhes.
21/05/2025 às 17:58 | Atualizado há 4 meses
Leilão concessão florestal
Marina Silva destaca concessão para combater ilegalidades e promover extração sustentável na floresta. (Imagem/Reprodução: Exame)

O primeiro leilão concessão florestal realizado na Bolsa B3, em São Paulo, marcou um novo capítulo na gestão sustentável de florestas públicas no Brasil. Três empresas foram selecionadas para explorar quatro lotes da Floresta Nacional do Jatuarana, no Amazonas, em contratos que somam R$ 1,2 bilhão ao longo de 37 anos.

A OC Prime ficou com o lote de 176 mil hectares, enquanto a E. Duarte da Silva obteve a maior área, com 194 mil hectares. A Brasil Tropical Pisos garantiu os dois lotes restantes, totalizando 82 mil hectares. Juntas, as empresas administrarão cerca de 80% da Flona do Jatuarana, uma região equivalente a três vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

O modelo de concessão prevê arrecadação anual de R$ 32,6 milhões para os cofres públicos. As empresas se comprometeram a investir R$ 1,1 milhão por ano em projetos sociais locais e gerar 932 empregos diretos e 466 indiretos. O município de Apuí e o estado do Amazonas receberão aproximadamente R$ 5,4 milhões cada um anualmente.

O BNDES, responsável pela estruturação do projeto, adotou critérios híbridos de seleção. As propostas foram avaliadas tanto por aspectos financeiros quanto por compromissos socioambientais. A exploração permitida inclui madeira, palmito, açaí, castanha-do-pará e óleo de copaíba, seguindo normas rígidas de manejo sustentável.

O Serviço Florestal Brasileiro fiscalizará as operações, assegurando que apenas cinco árvores por hectare sejam extraídas, com intervalo de 30 anos para regeneração. A ministra Marina Silva destacou que a iniciativa combate atividades ilegais e estabelece práticas responsáveis de uso dos recursos naturais.

A base legal do processo é a Lei nº 11.284/2006, que mantém a propriedade das florestas com a União enquanto permite a exploração econômica por particulares. O modelo busca equilibrar desenvolvimento regional e preservação ambiental na Amazônia.

Via Exame

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