As Enchentes no Rio Grande do Sul em maio de 2024 causaram um impacto devastador na infraestrutura e economia do estado. Um ano após a tragédia, um levantamento do Banco Central revela um crescimento econômico de 4,3%, impulsionado principalmente pela recuperação da agropecuária após anos de seca. No entanto, a indústria e o setor de serviços ainda enfrentam desafios significativos.
O relatório do Banco Central aponta que a recuperação econômica no Rio Grande do Sul tem sido desigual. Excluindo o setor agropecuário, o crescimento foi de apenas 2,7%, abaixo da média de outros estados (3,8%). Este dado demonstra que os impactos das Enchentes no Rio Grande do Sul ainda se fazem sentir, principalmente na indústria e no setor de serviços.
A indústria de transformação foi particularmente afetada, registrando um crescimento de apenas 0,6% em 2024, enquanto outras regiões alcançaram 3,9%. A produção industrial sofreu uma queda de 26,4% em maio de 2024, com os setores de produtos químicos, veículos automotores e metalurgia liderando as perdas. Apesar de uma recuperação em junho, o setor ainda enfrenta gargalos logísticos e dificuldades com a infraestrutura danificada.
O comércio varejista mostrou uma reação rápida, impulsionado pela antecipação de compras por parte dos consumidores e pela necessidade de repor bens perdidos. Supermercados registraram alta de 3,2% em maio, seguidos por um aumento na demanda por móveis, eletrodomésticos e materiais de construção. No entanto, essa recuperação foi motivada por uma necessidade emergencial, e não por um crescimento estrutural.
O setor de serviços, especialmente os ligados ao turismo e às famílias, foi o mais afetado pelas Enchentes no Rio Grande do Sul e o que menos conseguiu se recuperar. As atividades turísticas e os serviços prestados às famílias tiveram quedas significativas em maio de 2024 e, até o final do ano, ainda operavam abaixo dos níveis de 2023. O fechamento do aeroporto Salgado Filho e a menor circulação de pessoas dificultaram a retomada do setor.
A agropecuária, apesar de perdas localizadas, apresentou um crescimento anual significativo devido à recuperação após anos de seca. A soja foi o produto mais prejudicado pelas Enchentes no Rio Grande do Sul, mas a produção total de grãos cresceu 27,5% em 2024. Este crescimento, no entanto, não reflete o impacto direto sobre os produtores atingidos pelas enchentes.
No mercado de trabalho, o Rio Grande do Sul perdeu 23.000 empregos formais em maio e junho de 2024. A queda nas contratações, devido à incerteza econômica, foi um fator determinante. Apesar de uma recuperação a partir de julho, o ritmo de crescimento foi mais lento em comparação com outras regiões do país.
Os dados do Banco Central revelam que a economia do Rio Grande do Sul ainda enfrenta desafios para se recuperar totalmente dos impactos das Enchentes no Rio Grande do Sul. A vulnerabilidade da economia estadual diante de eventos climáticos extremos ficou evidente, e a recuperação tem sido desigual entre os setores.
Via Exame