Uma mulher compartilha seu relato sobre um encontro de apenas 20 minutos com Christopher Harkins, conhecido como Golpista do Tinder, que resultou em ameaças e assédios que afetaram gravemente sua saúde mental.
Ela denunciou as agressões à Polícia da Escócia, mas as autoridades inicialmente não agiram, o que permitiu que o criminoso continuasse cometendo delitos por anos antes de ser preso e condenado.
O caso expõe falhas no sistema de segurança no combate a abusadores online e alerta para a importância de denunciar e proteger vítimas de violência, especialmente em plataformas de encontros digitais.
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Uma mulher relata ter sofrido ameaças e abusos que impactaram sua saúde mental após um encontro de apenas 20 minutos com Christopher Harkins, um criminoso conhecido como Golpista do Tinder. A vítima, identificada como Nadia, compartilhou sua experiência em um podcast da BBC, revelando como o assédio começou após ela interromper o encontro ao perceber sinais de alerta.
Nadia é uma das várias mulheres que denunciaram Harkins às autoridades. A investigação da BBC apurou que 11 mulheres tentaram alertar a Polícia da Escócia sobre o criminoso já em 2012, mas as denúncias não foram devidamente investigadas até o final de 2019. A polícia justificou que as queixas anteriores estavam relacionadas a questões financeiras e foram tratadas isoladamente.
Harkins cometeu crimes contra mulheres que conheceu online na Escócia e em Londres por quase dez anos antes de ser preso em 2024, sendo condenado a 12 anos de prisão após diversas denúncias. Nadia acredita que ele deveria ter sido detido muito antes e se junta a outras vítimas que pedem um pedido de desculpas da Polícia da Escócia.
Nadia, hoje com 34 anos, conheceu Harkins, 38, no Tinder há sete anos. Após trocarem mensagens por algumas semanas, decidiram jantar em Glasgow. O primeiro sinal de alerta surgiu quando Nadia foi buscá-lo em seu apartamento em Cumbernauld. Ele estava de moletom e camiseta regata, alegando estar cansado demais para sair e sugerindo que ficassem em casa e pedissem comida.
Segundo Nadia, ao entrar no apartamento, percebeu que o lugar estava vazio, sem móveis, com apenas uma TV apoiada em caixas. Harkins ofereceu vodca, mas Nadia recusou e serviu um refrigerante, o que pareceu incomodá-lo. A situação escalou rapidamente, com Harkins a insultando e criticando por ter derramado a bebida. Nadia decidiu ir embora, e ele começou a xingá-la.
Após sair do apartamento, Nadia começou a receber uma série de mensagens e ligações de Harkins, com ameaças de morte, agressão e insultos sobre sua aparência. Ele a chamou de “vaca gorda” e “catfish”, afirmando que ela parecia um porco e usava maquiagem demais. Os ataques constantes devastaram a autoestima de Nadia, que estava em processo de reconstrução após um período difícil.
No dia seguinte, Nadia denunciou as ameaças e os abusos à Polícia da Escócia, apresentando gravações de ligações. No entanto, a polícia afirmou que não poderia fazer nada, pois não havia ameaça direta. Nadia acredita que, se tivessem agido naquela época, poderiam ter evitado muitos crimes cometidos contra outras mulheres.
Harkins continuou a assediá-la mesmo após Nadia bloquear seu número, entrando em contato com conhecidos dela nas redes sociais. O impacto emocional foi tão grande que Nadia relata ter pensado em tirar a própria vida. Atualmente, Harkins cumpre uma pena de 12 anos de prisão por 19 crimes contra dez mulheres, incluindo violência física e sexual.
A investigação da BBC também revelou novas suspeitas de fraude cometidas por Harkins, totalizando cerca de £70 mil (aproximadamente R$ 480 mil), com pelo menos 30 vítimas. A polícia escocesa admite que as denúncias anteriores não foram devidamente investigadas devido à forma como foram registradas e tratadas na época.
O caso de Nadia e outras vítimas expõe as falhas no sistema de segurança e a importância de denunciar casos de abuso e assédio, especialmente em encontros online. A história serve como um alerta para os perigos do Golpista do Tinder e a necessidade de as autoridades levarem a sério todas as denúncias.
Para mulheres no Brasil que sofrem abuso ou importunação, a Central de Atendimento à Mulher (180) está disponível 24 horas por dia. Em emergências, é possível acionar a Polícia Militar (190), a Polícia Civil (197) ou o Disque Denúncia (181).
Via G1
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