Uso de IA consome água equivalente ao abastecimento de cidades; governo oferece isenção para data centers

Descubra como o uso de inteligência artificial consome água e as medidas do governo para atrair data centers com benefícios fiscais.
17/05/2025 às 07:02 | Atualizado há 3 dias
Consumo de água por IA
IA consome meio litro de água a cada 30 perguntas; isenção a data centers preocupa ambientalistas. (Imagem/Reprodução: G1)

O avanço da inteligência artificial (IA) trouxe consigo diversas questões, entre elas, o **consumo de água por IA**. Um estudo recente revelou que o gasto hídrico para manter as plataformas de IA em funcionamento é significativo, levantando debates sobre a sustentabilidade dessa tecnologia. A pesquisa aponta que a quantidade de água utilizada para resfriar os data centers, responsáveis por processar os dados das IAs, pode ser alarmante.

Afinal, como a inteligência artificial consome água? A resposta está nos data centers, que exigem um alto consumo de energia e sistemas de resfriamento robustos para evitar o superaquecimento dos equipamentos. A pesquisa realizada na Califórnia estimou que cada interação com um chatbot, como o ChatGPT, pode consumir cerca de meio litro de água potável, considerando o gasto energético e o resfriamento das máquinas.

O impacto ambiental do consumo de água por IA não se limita apenas ao uso direto nos data centers. O processo de treinamento dessas inteligências artificiais também demanda um volume considerável de água, elevando ainda mais a pegada hídrica dessa tecnologia. Diante desse cenário, empresas e governos buscam alternativas para mitigar os efeitos negativos do consumo de água por IA.

O governo brasileiro, por exemplo, tenta atrair empresas para instalarem seus data centers no país, oferecendo incentivos fiscais e argumentando que a matriz energética hidrelétrica brasileira é mais sustentável. No entanto, especialistas alertam para os riscos ambientais associados ao aumento da demanda por água e energia, especialmente em um país que enfrenta desafios como a seca.

Algumas empresas de tecnologia têm investido em soluções para reduzir o consumo de água por IA, como o desenvolvimento de sistemas de resfriamento mais eficientes e o uso de energias renováveis. A Microsoft, por exemplo, testou um projeto de data center no mar, mas a iniciativa foi descontinuada. Outras alternativas incluem o uso de resfriamento a ar e parcerias para reutilizar água industrial.

Diogo Cortiz, especialista em inteligência artificial, acredita que a própria IA pode ajudar a encontrar soluções para tornar a tecnologia mais eficiente e econômica. No entanto, ele ressalta que, enquanto não houver limites e regulamentação, o consumo de água por IA tende a continuar crescendo. Rudolf Buhler, engenheiro da computação, defende que os incentivos governamentais para atrair data centers devem estar atrelados a metas ambientais claras, como eficiência energética e reaproveitamento de água.

A preocupação com o consumo de água por IA tem levado empresas como o Google a adotarem medidas para minimizar o desperdício e reabastecer o consumo de água doce. A companhia informou que, em 2023, conseguiu reabastecer 18% do seu consumo de água doce através de projetos de gestão hídrica. A busca por alternativas e a implementação de políticas públicas são cruciais para garantir que o avanço da inteligência artificial não comprometa os recursos naturais.

Via G1

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.