Vale capta US$ 750 milhões em bond híbrido mantendo alavancagem estável

Vale capta US$ 750 milhões em bond híbrido e mantém alavancagem estável em 1,1x EBITDA.
18/11/2025 às 19:41 | Atualizado há 4 dias
               
Bond híbrido da Vale
Vale emite bond híbrido de US$ 750 mi com yield de 6,12%, unindo dívida e equity. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

A Vale levantou US$ 750 milhões por meio da emissão de um bond híbrido, com rendimento de 6,12%, para substituir parte de sua dívida antiga. Essa operação visa manter a estrutura financeira da empresa estável.

O bond híbrido tem características que combinam dívida e equity, e só metade do valor é contabilizado como dívida pelas agências de rating. A alavancagem permanece em cerca de 1,1x o EBITDA, considerando a dívida líquida expandida.

O interesse dos investidores foi alto, com a demanda superando três vezes a oferta, principalmente de fundos americanos, seguradoras e fundos de pensão. A emissão foi coordenada por grandes bancos internacionais.

A Vale captou US$ 750 milhões através da emissão de um bond híbrido da Vale, combinando características de dívida e equity, com um yield de 6,12%. Essa operação financeira tem como objetivo substituir uma dívida existente, especificamente US$ 700 milhões em debêntures participativas que datavam da época da privatização da companhia. As debêntures eram pagas com base na produção e nas vendas da empresa, e representavam uma fração de um total de US$ 3 bilhões, dos quais 25% já foram pré-pagos.

A decisão de optar por um título híbrido faz parte da estratégia do CFO da Vale, Marcelo Bacci, que busca manter a alavancagem da empresa estável em torno de 1,1x o Ebitda, considerando a dívida líquida expandida que inclui os pagamentos relacionados aos desastres de Brumadinho e Mariana.

A estrutura do bond híbrido da Vale é tal que as agências de rating consideram apenas metade do valor emitido como dívida, enquanto a outra metade é classificada como equity. Esse tratamento é possível devido às características específicas do título, que incluem sua subordinação, longo prazo de vencimento, e a presença de ‘step ups’ de cupom ao longo do tempo. Adicionalmente, o emissor tem a possibilidade de adiar o pagamento do cupom sem que isso configure um cross-default.

Devido ao maior risco associado, a taxa de um bond como esse geralmente apresenta um prêmio em relação a um senior bond. Em emissões de bonds híbridos realizadas neste ano, o prêmio médio tem sido de 149 basis points.

No caso específico da Vale, o prêmio foi inferior à média de mercado, situando-se em 137 bps, com o senior bond da Vale apresentando um yield de 4,75%, em comparação com os 6,12% do bond híbrido da Vale.

A demanda pelos papéis alcançou 3,8 vezes a oferta durante a fase de initial price talk, quando se falava em 6,5% (ou US$ 3 bilhões). No entanto, essa relação diminuiu para 3,5 vezes no preço final da emissão.

A demanda veio principalmente de fundos de crédito americanos, mas também contou com a participação de diversas seguradoras e fundos de pensão, que demonstraram um apetite considerável por esse tipo de título.

A operação foi coordenada por Citi, Bank of America, HSBC e JP Morgan.

Via Brazil Journal

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.