O Ibovespa fecha semana com recuo, refletindo a cautela dos investidores diante do cenário fiscal. Apesar da queda nos últimos pregões, o principal índice da bolsa brasileira manteve um desempenho positivo no acumulado do mês, estendendo a valorização pelo terceiro mês consecutivo.
O Ibovespa registrou uma queda de 0,58% nos últimos cinco pregões, encerrando a semana na marca dos 137 mil pontos. Na última terça-feira, o índice chegou a renovar sua máxima histórica intradia, atingindo 140.381,93 pontos. No entanto, o mês de maio fechou com uma alta de 1,45%.
O dólar à vista encerrou a semana cotado a R$ 5,71, com uma valorização de 1,28% em relação ao real. No acumulado do mês, a divisa americana apresentou uma alta de 0,76%. As discussões em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ganharam destaque em Brasília. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, mencionou a possibilidade de derrubada da medida, indicando que a equipe econômica tem um prazo para apresentar um plano alternativo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o decreto que aumentou o IOF, afirmando que não há alternativas para garantir o cumprimento das metas fiscais deste ano. O governo anunciou o resgate de R$ 1,4 bilhão de fundos garantidores para compensar a perda de arrecadação resultante do recuo parcial nas medidas tributárias.
No cenário econômico, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou um crescimento de 1,4% no primeiro trimestre do ano, impulsionado pelo agronegócio, especialmente pelas culturas de soja e milho. Entretanto, o resultado ficou um pouco abaixo das expectativas. A taxa de desemprego subiu para 6,6% no trimestre encerrado em abril, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o menor resultado para o período desde 2012, superando as expectativas do mercado, que projetava 6,9%.
No âmbito internacional, as políticas tarifárias do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuam gerando desdobramentos. O Tribunal de Comércio Internacional suspendeu parte das tarifas impostas, mas uma instância superior suspendeu a decisão, mantendo as tarifas em vigor até a próxima semana. Trump também elevou as tensões com a China, acusando o país de violar acordos comerciais e ameaçando adotar medidas mais agressivas.
Entre os destaques positivos do Ibovespa fecha semana, a Vamos (VAMO3) liderou as altas. A expectativa de uma safra recorde de grãos, que pode impulsionar os negócios da empresa, e o crescimento do PIB no primeiro trimestre, puxado pelo agronegócio, contribuíram para o bom desempenho da companhia. O Itaú BBA destacou o crescente interesse dos investidores na Vamos, com a atualização de modelos e projeções de lucros para 2026.
Na outra ponta, a Raízen (RAIZ4) liderou as quedas, em meio a um processo de reestruturação financeira. Apesar disso, o Bank of America manifestou confiança na gestão de passivos da Cosan (CSAN3) e da Raízen, acreditando que as empresas estão no caminho certo e que a venda de ativos pode destravar valor para as ações.
As ações da Azul (AZUL4) foram retiradas do Ibovespa e de outros índices da B3, e os American Depositary Receipts (ADRs) tiveram suas negociações suspensas na Bolsa de Nova York (NYSE), devido ao pedido de recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos.
Via Money Times