Acordo sobre TikTok é adiado após objeção da China à venda

Venda do TikTok é interrompida após objeção do governo chinês.
07/04/2025 às 15:41 | Atualizado há 3 meses
Acordo sobre TikTok
Reprovação surge após anúncio de tarifas por Donald Trump. (Imagem/Reprodução: G1)

O Acordo sobre TikTok, que visava separar os ativos norte-americanos da plataforma de vídeos curtos, enfrentou um revés significativo. A China sinalizou que não aprovará a operação, em resposta ao anúncio de tarifas feito pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conforme informações de fontes familiarizadas com o assunto. A decisão adiciona uma camada de complexidade às negociações em curso.

Trump chegou a mencionar que um acordo estava próximo de ser finalizado, mas que a China mudou os termos devido às tarifas impostas. Ele sugeriu que uma pequena redução nessas tarifas poderia levar à aprovação do acordo em questão de minutos, demonstrando o impacto das políticas tarifárias nas negociações.

O governo de Trump havia prorrogado por 75 dias o prazo para que a ByteDance, empresa proprietária do TikTok, vendesse seus ativos nos Estados Unidos a um comprador não chinês. Caso contrário, o TikTok enfrentaria uma proibição no país, conforme determinado por uma lei aprovada em 2024. O acordo em discussão previa a criação de uma nova empresa sediada nos EUA, com controle majoritário e gestão sob responsabilidade de investidores americanos. A ByteDance, por sua vez, manteria uma participação minoritária, inferior a 20%.

Apesar de uma fonte indicar que o acordo já havia sido aprovado pelos investidores, pela ByteDance e pelo governo dos Estados Unidos, a empresa chinesa divulgou um comunicado no sábado, afirmando que ainda existem divergências significativas sobre os termos. A ByteDance ressaltou que acordos desse tipo estão sujeitos a procedimentos de revisão, conforme a legislação chinesa.

Questionada sobre o assunto, a Embaixada da China em Washington reiterou que o país sempre respeitou e protegeu os direitos legítimos das empresas, opondo-se a práticas que violem os princípios básicos da economia de mercado. A Associated Press foi a primeira a divulgar a notícia da oposição da China ao acordo sobre TikTok.

Trump utilizou suas redes sociais para justificar a prorrogação do prazo, afirmando que o acordo ainda precisa de ajustes para garantir todas as aprovações necessárias. Ele expressou esperança de continuar trabalhando de boa fé com a China, embora tenha notado que o país não está satisfeito com as tarifas recíprocas.

A China enfrenta atualmente uma tarifa de 54% sobre produtos exportados para os EUA, após um aumento de 34% anunciado por Trump, que provocou retaliação por parte de Pequim. Trump mencionou a possibilidade de reduzir essas tarifas como parte de um acordo com a ByteDance para viabilizar a venda do TikTok, aplicativo utilizado por cerca de 170 milhões de americanos.

O então presidente dos EUA afirmou que sua administração está em contato com quatro grupos distintos para uma possível transação envolvendo o TikTok, mas não revelou os nomes. Um dos principais obstáculos para a concretização do negócio é a aprovação do governo chinês, que até o momento não se comprometeu publicamente a autorizar a venda.

O Congresso dos EUA aprovou a legislação que exige a venda dos ativos do TikTok, citando riscos de que o governo chinês possa utilizar o aplicativo para espionagem e operações de influência. O então presidente democrata Joe Biden sancionou a lei. Alguns parlamentares pressionam Trump a aplicar a legislação, que determinava o encerramento das operações do TikTok até 19 de janeiro, caso a ByteDance não concluísse a venda dos ativos americanos.

O Departamento de Justiça chegou a comunicar à Apple e ao Google que não faria cumprir a lei, o que levou as empresas a restaurarem o aplicativo para novos downloads. As negociações conduzidas pela Casa Branca se concentram em um plano no qual os principais investidores não chineses da ByteDance aumentariam suas participações e assumiriam o controle das operações do TikTok nos EUA. O plano prevê a criação de uma entidade independente nos EUA para operar o TikTok e a redução da participação chinesa na nova empresa para menos de 20%, evitando uma proibição do aplicativo no país.

Diante desse cenário, o futuro do acordo sobre TikTok permanece incerto, com as negociações em andamento e a necessidade de superar as divergências entre as partes envolvidas. A aprovação do governo chinês continua sendo um ponto crucial para a viabilização do negócio.

Via G1

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.