O presidente da Argentina, Javier Milei, e seu partido, La Libertad Avanza (LLA), conquistaram uma vitória importante nas eleições legislativas realizadas neste último domingo, dia 26 de outubro. O LLA obteve quase 41% dos votos para a Câmara dos Deputados, consolidando seu poder no Congresso. Segundo a análise do economista Charles Mendlowicz, sócio da consultoria Ticker Wealth e voz à frente do perfil Economista Sincero nas redes sociais, este resultado, tido como inesperado, representa um momento de \”vida\” para o presidente e seu plano de governo.
A vitória do LLA, que também ampliou sua bancada no Senado, é vista por Mendlowicz como extremamente importante para a política econômica de Milei. “O resultado confere ao presidente a capacidade de avançar com sua agenda liberal, uma vez que deve ampliar significativamente sua bancada na Câmara e no Senado. Isso fortalece Milei para aprovar reformas econômicas e privatizações que dependem de maioria simples e quórum ampliado\”, avalia.
Reformas liberais e impacto econômico
Antes da eleição, havia uma forte pressão sobre Milei, incluindo uma derrota na eleição de setembro na província de Buenos Aires, críticas, acusações de corrupção e queda na popularidade. As pesquisas indicavam uma derrota nas legislativas, classificando o presidente como \”carta fora do baralho\” para uma reeleição. Charles Mendlowicz explica que as eleições eram tidas como de \”vida ou morte\” para Milei.
“Com a vitória, a principal mudança reside na capacidade de Milei de governar e implementar suas medidas. Sem esse quórum, ele não conseguiria aprovar as reformas, nenhuma privatização, o que dificultaria colocar em prática o seu plano para tentar uma reeleição. Agora tudo mudou\”, analisa o Economista Sincero.
A eleição, que teve a menor participação eleitoral para uma eleição nacional desde 1983, marca um golpe no peronismo, que ficou em segundo lugar com 24,5% dos votos para a Câmara. Segundo Charles, o reflexo dessa consolidação de poder foi imediato no mercado, com reação dos mercados futuros, e movimentos como queda do dólar e subida da bolsa na Argentina.
Reflexos na América Latina e avanço do mercado cripto
A consolidação de Milei no poder, com sua agenda anti-Estado e pró-mercado, é vista por Mendlowicz como um alento para o futuro da liberdade financeira na região. O economista espera que esse movimento \”se consolide de novo como uma força importante na América Latina\”, para que a região possa superar a dependência estatal e o que ele considera ser uma fase ruim de intervencionismo econômico.
Charles Mendlowicz pontua que vê o Bitcoin e as stablecoins não apenas como ativos de investimento, mas também como ferramentas de liberdade individual capazes de ajudar a população a fugir da inflação.
“Em um país como a Argentina, onde a moeda fiduciária perde valor a um ritmo acelerado, a descentralização oferecida pelas criptomoedas permitiu aos cidadãos protegerem seu patrimônio e realizar transações, inclusive pagamentos de impostos em algumas províncias, contornando a instabilidade do peso. Isso mostra a relevância do mercado de criptoativos como um refúgio diante da crise econômica e da inflação”, conclui o Economista Sincero.
Via: Grayce Rodrigues
