No cenário global, o fornecimento de alimentos enfrenta desafios que vão desde eventos climáticos extremos até complexas questões tarifárias. Recentemente, uma nova ameaça surgiu: ataques cibernéticos. Um exemplo notório é o ataque à United Natural Foods (UNFI), que impactou redes como a Whole Foods, resultando em prateleiras vazias e expondo a fragilidade da infraestrutura de distribuição.
A UNFI, sediada em Rhode Island, opera 52 centros de distribuição, oferecendo 250 mil produtos de mais de 11 mil fornecedores para 30 mil pontos de venda. Após o ataque cibernético, a empresa precisou interromper temporariamente suas operações, demonstrando como um vírus de computador pode comprometer o fornecimento de alimentos e o abastecimento de supermercados.
O ataque causou interrupções nos pedidos e entregas, revelando a vulnerabilidade da infraestrutura alimentar nos EUA. Um funcionário da Whole Foods relatou à CNN que suas câmaras frigoríficas estavam vazias e a padaria sem pães, gerando irritação nos clientes. A UNFI, apesar de investir em cibersegurança, admitiu que o ataque expôs vulnerabilidades e a necessidade de maiores investimentos.
Supermercados afetados precisaram recorrer a outros atacadistas para mitigar a falta de produtos. Gilpin Matthews, da Darlings Grocery, mencionou ao Grocery Dive que passou a adquirir produtos de distribuidores como Mason Brothers e Sysco para manter o abastecimento. A falta de aviso prévio deixou muitos fornecedores menores desprevenidos.
A UNFI informou em teleconferência que, apesar do aumento de 7,5% nas vendas líquidas, alcançando US$ 8,1 bilhões, registrou um prejuízo líquido de US$ 7 milhões. O CEO Sandy Douglas afirmou que a empresa está focada em administrar o incidente cibernético e restaurar suas capacidades, além de ajudar os clientes com soluções temporárias.
A empresa pode enfrentar ações judiciais devido ao ocorrido, e o escritório de advocacia Levi & Korsinsky está investigando possíveis violações de leis federais de valores mobiliários. Em comunicado à SEC, a UNFI informou que ativou seu plano de resposta a incidentes e implementou medidas de contenção após detectar atividade não autorizada em seus sistemas.
Ataques como este demonstram a importância de controles rigorosos de cibersegurança e a necessidade de redundância com múltiplos fornecedores. Uma cobertura de seguros adequada também pode minimizar o impacto financeiro. A crescente dependência de ferramentas digitais aumenta o risco de ataques cibernéticos, tornando a segurança de dados uma prioridade para distribuidores de alimentos e bebidas.
É essencial que empresas do setor de fornecimento de alimentos implementem estratégias robustas de cibersegurança, incluindo criptografia de dados e auditorias regulares, para proteger informações sensíveis e garantir a continuidade das operações. A tecnologia, embora fundamental para otimizar a distribuição, também exige uma abordagem proativa na proteção de dados para manter a confiança dos consumidores e parceiros.
Via Forbes Brasil
