A XP Investimentos revisou sua recomendação para as ações da Ambev, mudando de “neutro” para “venda”. A alteração foi motivada por um segundo trimestre considerado fraco e a intensificação da competição com a Heineken. Além disso, condições climáticas desfavoráveis também pesaram na decisão, refletindo uma perspectiva menos otimista para a companhia nos próximos meses.
A corretora reduziu o preço-alvo das ações da Ambev de R$ 13,40 para R$ 10,90, indicando um possível ‘downside’ de 12%. Recente análise prevê uma queda no volume de vendas de cerveja no país, especialmente com o inverno rigoroso. A pressão sobre custos e a concorrência crescente também são fatores que contribuem para um cenário desafiador para a Ambev.
As vendas de cerveja enfrentam mudanças nos hábitos de consumo, com um declínio significativo entre a Geração Z. Além disso, o crescimento do consumo de bebidas sem álcool e a popularização de medicamentos como Ozempic projetam um impacto significativo nas vendas da Ambev. A empresa precisará acompanhar esses desafios e se adaptar rapidamente para manter sua competitividade no mercado.
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A XP Investimentos revisou sua recomendação para as ações da Ambev, alterando de “neutro” para “venda”. A decisão surge após a divulgação de um segundo trimestre considerado fraco, somado à crescente competição com a Heineken e um período de temperaturas abaixo da média no Brasil. O rebaixamento da Ambev reflete uma perspectiva menos otimista em relação ao desempenho futuro da companhia.
Em um relatório intitulado ‘No happy hour,’ a corretora XP reduziu o preço-alvo das ações da Ambev de R$ 13,40 para R$ 10,90. Essa mudança implica um downside de 12% em relação ao valor de fechamento do dia anterior. A análise considera diversos fatores que impactam a performance da empresa no mercado.
Os analistas da XP, Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, estimam que o terceiro trimestre apresentará uma queda de 6,1% no volume de cerveja vendida no país. Essa projeção leva em conta um dos invernos mais rigorosos dos últimos anos, especialmente em São Paulo, onde se registrou o período mais frio desde 1994.
Segundo os analistas, as vendas do ano anterior foram impulsionadas por condições climáticas favoráveis. Consequentemente, o desempenho de 2025 é afetado por uma base de comparação mais desafiadora, impactando negativamente as expectativas de crescimento.
Além da queda nas vendas, a XP também prevê uma pressão sobre os custos da Ambev. A empresa está enfrentando a inflação de insumos importantes, como milho e alumínio. Essa alta nos custos de produção deve elevar o custo por hectolitro entre 5,5% e 8,5% ao longo deste ano.
A concorrência com a Heineken é outro fator crucial na análise da XP. A entrada em operação de uma nova planta da cervejaria holandesa intensificará a disputa no mercado. Embora a Ambev possa ganhar market share, impulsionada pelos problemas enfrentados pelo Grupo Petrópolis, isso ocorrerá à custa de margens menores para conter a rival.
Considerando todos esses elementos, a XP estima que a margem EBITDA da Ambev sofrerá uma redução gradual. A projeção é que ela recue de 32,5% em 2025 para 31,0% em 2026 e 30,7% em 2027, consolidando uma tendência de deterioração da rentabilidade.
Para a XP, a Ambev está sendo negociada a um múltiplo de 14 vezes o lucro estimado para o final de 2026, o que consideram injustificado. Esse é o múltiplo mais alto desde meados de 2023, refletindo uma avaliação excessivamente otimista do mercado.
Com base nas estimativas da XP, a Ambev está sendo negociada sem um desconto em relação à AB InBev. Há dois anos, a Ambev apresentava um desconto médio de 20%. Essa mudança abre espaço para um desempenho inferior das ações no curto prazo, conforme apontam os analistas.
O cenário futuro do consumo de cerveja também não é animador, de acordo com a XP. Apenas 45% da Geração Z consome bebidas alcoólicas, indicando uma mudança nos hábitos de consumo que pode impactar negativamente as vendas de cerveja no longo prazo.
O consumo de cerveja sem álcool tem crescido no Brasil, mas não compensa a queda nos produtos tradicionais. Essa tendência reflete uma busca por alternativas mais saudáveis, mas não impulsiona o crescimento da receita da Ambev em seu segmento principal.
Além disso, a popularização de medicamentos como Ozempic e Mounjaro também exerce influência sobre o mercado de bebidas alcoólicas. Estudos indicam que os usuários desses medicamentos não apenas reduzem a ingestão de alimentos, mas também diminuem o consumo de álcool em até 50%.
As ações da Ambev registraram uma queda de 5% nos últimos doze meses. Atualmente, o valor de mercado da empresa na B3 é de R$ 195 bilhões. A XP entende que o rebaixamento da Ambev se justifica pelos desafios enfrentados e pelas perspectivas menos favoráveis para os próximos anos.
Diante desse contexto, investidores e analistas estarão atentos aos próximos resultados da Ambev para verificar se as projeções da XP se confirmam. O mercado de cervejas enfrenta transformações importantes que exigem adaptação e novas estratégias por parte das empresas do setor. A Ambev, em particular, terá que lidar com a crescente concorrência, a pressão sobre os custos e as mudanças nos hábitos de consumo.
É importante ressaltar que o rebaixamento da Ambev não significa necessariamente um mau desempenho futuro, mas sim uma avaliação mais realista das condições atuais e das perspectivas para os próximos trimestres. A empresa possui marcas fortes e uma ampla rede de distribuição, o que pode ajudá-la a mitigar os impactos negativos e buscar novas oportunidades de crescimento.
O rebaixamento da Ambev serve como um alerta para investidores e gestores da empresa, incentivando uma análise mais criteriosa dos riscos e oportunidades. Acompanhar de perto os resultados e as estratégias da Ambev será fundamental para entender se a empresa conseguirá reverter a tendência de deterioração apontada pela XP e retomar o crescimento de forma sustentável.
Via Brazil Journal
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