Mark Zuckerberg, CEO da Meta, compareceu a um tribunal em Washington (EUA) para defender a aquisição do Instagram e do WhatsApp. O processo movido pelos Estados Unidos alega que a Meta comprou as duas plataformas há mais de dez anos para eliminar a concorrência ao Facebook e Messenger. A decisão judicial pode forçar a Meta a se desfazer das empresas.
Zuckerberg argumenta que o Instagram e o WhatsApp não teriam alcançado o mesmo sucesso sem o investimento e a expertise da Meta. Segundo ele, o Instagram enfrentaria dificuldades significativas para crescer de forma independente, enquanto o WhatsApp não possuía a ambição necessária para atingir seu potencial máximo.
O julgamento, que começou cinco anos após a denúncia original, deve durar cerca de oito semanas. A FTC (agência de defesa do consumidor) alega que a Meta adquiriu o Instagram em 2012 por US$ 1 bilhão e o WhatsApp em 2014 por US$ 19 bilhões com o objetivo de neutralizar ameaças competitivas.
Zuckerberg rebate essa interpretação, afirmando que a Meta estava interessada na expertise do Instagram em fotografia e compartilhamento de imagens, mas não o via como um concorrente direto. Ele garante que a intenção nunca foi prejudicar o Instagram ou seus usuários.
A defesa da Meta argumenta que enfrenta forte concorrência de outras plataformas, como o TikTok e o YouTube. Zuckerberg reconheceu que o crescimento do TikTok desacelerou drasticamente o da Meta, e que o YouTube possui um sistema bem estruturado para atrair criadores de conteúdo, tornando-se um rival importante.
O processo também aborda a definição do mercado relevante. A FTC argumenta que os serviços da Meta fazem parte das “redes sociais pessoais”, e que a experiência do usuário piorou devido ao aumento de anúncios. A Meta, por sua vez, busca demonstrar que compete em um mercado mais amplo e dinâmico.
Enquanto Mark Zuckerberg tentou apelar para o governo de Donald Trump, a *FTC* parece empenhada em levar adiante uma das ações antitruste mais relevantes dos últimos anos no setor de tecnologia. Casos similares contra Google, Apple e Amazon também estão em andamento, indicando um escrutínio crescente sobre o poder das grandes empresas de tecnologia.
Via G1