Estudo com camundongos revela como o cérebro supera o medo de forma natural

Como o cérebro supera o medo? Estudo com camundongos revela mecanismos cerebrais cruciais para superar medos, abrindo caminho para novos tratamentos de fobias e ansiedade. Saiba mais!
08/02/2025 às 12:31 | Atualizado há 4 meses
Como cérebro supera medo
Como cérebro supera medo

Um estudo recente, publicado na revista Science, revelou informações importantes sobre como cérebro supera medo. Pesquisadores da University College London investigaram como o cérebro processa e supera medos instintivos, abrindo caminho para novas abordagens no tratamento de transtornos relacionados ao medo, como fobias e ansiedade. O estudo utilizou camundongos como modelo experimental, observando suas reações a estímulos visuais que simulavam ameaças.

O medo é essencial para a sobrevivência. Mas, nem sempre o medo é justificado. Um estudo recente oferece pistas sobre como cérebro supera medo. Cientistas descobriram como o cérebro lida com medos instintivos, mesmo quando a ameaça é falsa. Essa descoberta pode auxiliar no tratamento de condições como fobias e ansiedade.

Para entender como cérebro supera medo, a equipe expôs camundongos a uma sombra que simulava um ataque de um predador. Inicialmente, os animais buscavam abrigo. Após repetidas exposições, eles perceberam que não havia perigo real e deixaram de reagir com medo. Através de sensores no cérebro dos roedores, os pesquisadores monitoraram a atividade neural durante esse processo de aprendizado.

O estudo descobriu que o núcleo geniculado ventrolateral (vLGN), uma região pouco estudada do cérebro, desempenha um papel crucial em armazenar memórias relacionadas à supressão do medo. Embora o envolvimento do vLGN fosse conhecido, a sua função de armazenamento de memória era desconhecida. O córtex visual também é importante para desaprender o medo instintivo.

O vLGN situa-se entre o neocórtex (que detecta ameaças) e o tronco cerebral (que ativa a resposta de medo). A maioria dos estudos sobre aprendizado e memória em camundongos concentra-se em outras áreas cerebrais, especialmente no córtex visual. Entender a função do vLGN é um avanço significativo na compreensão de como cérebro supera medo.

A pesquisa sugere novas abordagens para o tratamento de transtornos relacionados ao medo em humanos. O conhecimento de como os circuitos cerebrais são ativados durante a desaprendizagem do medo pode guiar intervenções terapêuticas. Essas intervenções podem incluir medicamentos, estimulação cerebral profunda ou ultrassom funcional, visando o vLGN.

O estudo também identificou neurotransmissores envolvidos na desaprendizagem do medo no vLGN. Com base nisso, poderiam ser desenvolvidos medicamentos específicos para o tratamento da ansiedade, atuando diretamente nessa região cerebral. A pesquisa continua para entender melhor esses mecanismos e traduzir as descobertas para tratamentos em humanos.

Via Folha de S.Paulo

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