A descoberta da Tumba do Faraó Tutemés II, no Egito, reacendeu o interesse mundial pela arqueologia e história do antigo Egito. Localizada nos Vales Ocidentais da Necrópole Tebana, em Luxor, a tumba C4, inicialmente confundida com um cemitério feminino, revelou-se um achado de grande importância após três anos de meticulosas escavações. Este achado arqueológico oferece novas perspectivas sobre a história e os rituais funerários da 18ª dinastia egípcia.
A equipe de arqueólogos, composta por membros britânicos e egípcios, identificou a **Tumba do Faraó Tutemés II** após encontrar fragmentos de um teto pintado de azul com estrelas douradas, um elemento decorativo comum em túmulos reais. Além disso, foram descobertas cenas do Amduat, um texto religioso exclusivo para reis, reforçando a suspeita de que a tumba pertencia a um membro da realeza.
Para acessar a câmara funerária, os pesquisadores precisaram descer uma escadaria extensa e atravessar um corredor imponente. Durante a análise dos resíduos retirados da tumba, foram encontrados vasos de alabastro com inscrições como “rei falecido” e os nomes de Tutemés II e Hatshepsut, sua meia-irmã e esposa. Esses artefatos permitiram concluir que a Tumba do Faraó Tutemés II havia sido encontrada.
A descoberta da **Tumba do Faraó Tutemés II** é particularmente notável porque era a última tumba real da 18ª dinastia que ainda não havia sido localizada. Até então, acreditava-se que todos os faraós dessa dinastia estariam sepultados no Vale dos Reis, situado a mais de dois quilômetros de distância. A sensação de encontrar algo inesperado gerou uma mistura de sentimentos intensos, conforme relatado por Piers Litherland, líder da missão, à [BBC](https://www.bbc.com/news/articles/c5ym30v356po).
Mohammad Ismail Khaled, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, destacou que a descoberta da **Tumba do Faraó Tutemés II** representa um dos avanços arqueológicos mais importantes dos últimos anos. Em um [comunicado](https://www.facebook.com/tourismandantiq/posts/pfbid05uTjb3CF6QB7G7iNkbpRLXQ7nxJ2wWNGJMKa6DJNrbssNnB3ipQk44UuybQYkiRul), ele acrescentou que os artefatos encontrados na tumba oferecem uma visão crítica da história da região e do reinado do faraó.
Curiosamente, a Tumba do Faraó Tutemés II estava vazia. O corpo mumificado do faraó já havia sido encontrado em 1881, após ter sido movido cerca de 500 anos após sua morte. A mudança ocorreu devido a preocupações com inundações e saques, levando oficiais egípcios da 21ª dinastia a transferir os restos mortais para um local secreto nos penhascos de Tebas.
Os fragmentos de alabastro que permitiram a identificação da tumba provavelmente se quebraram durante essa transferência. Apesar de vazia, a tumba original é rica em informações. A busca por outros bens funerários de Tutemés II, como o sarcófago, continua, já que ele não foi encontrado na tumba nem junto à múmia. Acredita-se que o sarcófago tenha sido realocado na mesma época em que a tumba C4 foi desativada, conforme aponta [The Conversation](https://theconversation.com/tomb-of-egyptian-pharaoh-is-first-found-in-luxor-since-tutankhamun-heres-how-we-know-who-lay-inside-250433).
Embora muitas fontes afirmem que esta é a primeira tumba real encontrada desde a de Tutancâmon em 1922, essa informação não é precisa. Nas décadas de 1930 e 1940, o egiptólogo francês Pierre Montet descobriu várias tumbas das 21ª e 22ª dinastias, e em 2014, a tumba do faraó Senebecai da 16ª dinastia também foi encontrada. O que torna a **Tumba do Faraó Tutemés II** especial é ser a primeira tumba real encontrada em Luxor desde a de Tutancâmon e a última tumba de um rei da 18ª dinastia que faltava ser descoberta.
Pouco se sabe sobre o reinado de Tutemés II. O [Museu Nacional da Civilização Egípcia](https://nmec.gov.eg/mummies-hall/thutmose-ii/) indica que a duração de seu governo é incerta, possivelmente inferior a cinco anos, embora alguns defendam que durou 13 anos, de 1492 a.C. a 1479 a.C. Sua história é ofuscada pelas figuras de seu pai, Tutemés I, seu filho, Tutemés III, e sua meia-irmã e esposa, Hatshepsut. Após sua morte, Tutemés III herdou o trono, mas Hatshepsut assumiu o cargo de regente devido à pouca idade do herdeiro, tornando-se posteriormente co-governante e uma das poucas mulheres a governar o Egito antigo.
A descoberta da Tumba do Faraó Tutemés II ressalta a importância contínua das pesquisas arqueológicas no Egito e a necessidade de preservar e estudar esses sítios históricos. A busca por artefatos adicionais e a análise dos já encontrados podem fornecer informações valiosas sobre a vida e os costumes do antigo Egito, enriquecendo nosso entendimento da história mundial.