A rocha Gnaisse Facoidal, presente nos icônicos morros do Rio de Janeiro, como o Pão de Açúcar e o Corcovado, acaba de receber um título de reconhecimento internacional. A União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS), a maior organização geocientífica do mundo, conferiu à rocha o título de Pedra do Patrimônio Mundial. Essa distinção inédita reconhece a importância cultural e geológica do **Gnaisse Facoidal**.
Essa nomeação destaca o **Gnaisse Facoidal** como a primeira rocha brasileira a integrar a seleta lista de patrimônios geológicos da IUGS. Esse reconhecimento é concedido a rochas que desempenharam um papel crucial na cultura e história da humanidade, sendo utilizadas em monumentos e construções importantes.
A história do **Gnaisse Facoidal** remonta a cerca de 560 milhões de anos, durante a formação do Supercontinente Gondwana. As intensas pressões e temperaturas transformaram granitos em uma rocha metamórfica com características únicas, marcadas por grandes cristais de feldspato circundados por faixas escuras, criando uma textura que lembra “olhos”.
A escolha do **Gnaisse Facoidal** como patrimônio mundial se deve ao seu amplo uso na construção do Rio de Janeiro e Niterói ao longo de quatro séculos. A rocha está presente em diversos sítios de patrimônio cultural, como o Cais do Valongo, a Casa Burle Marx e a paisagem carioca reconhecida pela UNESCO.
A textura peculiar da rocha, antes conhecida como “Pedra-de-galho” entre os canteiros, e como “granito carioca” entre arquitetos, pode ser vista em monumentos como o Mosteiro de São Bento e o Paço Imperial, além de construções em outros estados, como Ouro Preto.
Divulgar as características geológicas e tecnológicas do **Gnaisse Facoidal** é fundamental para a conservação desse patrimônio. A rocha, resistente ao intemperismo, também é responsável por sustentar os monumentos naturais da Baía de Guanabara, inspirando a arte e a cultura carioca.
O **Gnaisse Facoidal** representa a união entre natureza e cultura que garantiu ao Rio de Janeiro o título de Patrimônio da Humanidade. A rocha, abundante na Baía de Guanabara, foi utilizada como material de construção desde a fundação da cidade até meados do século XX, com registros de sua extração em cerca de 60 pedreiras na região.
Inicialmente, a mão de obra era escrava, mas, após a abolição, passou a ser composta por operários brasileiros e imigrantes. O **Gnaisse Facoidal** é, portanto, um elo entre a história geológica, arquitetônica, social e cultural do Rio de Janeiro.
