Derretimento da Groenlândia avança em ritmo alarmante, preocupando cientistas

Derretimento da Groenlândia: estudo revela aceleração alarmante e consequências para o nível do mar. Saiba mais!
05/02/2025 às 15:04 | Atualizado há 5 meses
Derretimento da Groenlândia
Derretimento da Groenlândia

Um novo estudo, publicado na revista Nature Geoscience, revela uma preocupante aceleração no derretimento da Groenlândia. Pesquisas indicam que as fissuras no manto de gelo estão se expandindo a uma taxa muito maior do que se previa, com consequências significativas para o nível do mar global.

O aquecimento global é o principal fator desse fenômeno. O Ártico, região onde se localiza a Groenlândia, esquenta pelo menos quatro vezes mais rápido que a média global, conforme dados que apontam que desde a Revolução Industrial a temperatura média do planeta aumentou 1,5°C. Este aumento acelerado da temperatura afeta diretamente as geleiras.

O derretimento da Groenlândia ocorre porque o aumento de temperatura transforma a neve em água. Essa água atua como lubrificante, acelerando o movimento do gelo em direção ao oceano. O processo forma canais e lagos na superfície das geleiras, criando fendas que, com o tempo, fragmentam o gelo em icebergs.

A pesquisa utilizou imagens de satélite para mapear as fissuras entre 2016 e 2021. O estudo mostrou um aumento significativo no tamanho e na profundidade das fendas em apenas cinco anos. Tom Chudley, principal autor do estudo, destacou a rapidez da mudança em entrevista ao The Guardian, comparando com estudos anteriores que mostravam alterações em escalas de décadas.

A NASA considera as fissuras superficiais no manto de gelo da Groenlândia um fator crítico de incerteza na previsão da perda de massa de gelo. Antes deste estudo, observações abrangentes sobre sua localização e evolução eram escassas. A pesquisa trouxe novas informações importantes sobre a dinâmica do derretimento da Groenlândia.

As consequências do derretimento da Groenlândia se estendem para além da região. O derretimento das geleiras e o consequente aumento do fluxo de gelo para o oceano contribuem para a elevação do nível do mar. Desde 1992, o nível do mar na Groenlândia já aumentou 14 mm. Para cada centímetro de aumento, seis milhões de pessoas ficam mais vulneráveis a inundações costeiras. A pesquisa indica potenciais impactos ainda maiores no futuro, com estimativas de elevação do nível do mar até um metro até 2100 e dez metros até 2300.

O aquecimento dos oceanos também é um fator agravante, tendo quadruplicado nos últimos 40 anos. Previsões apontam para a possibilidade de um primeiro dia sem gelo no Oceano Ártico antes de 2030. Este aquecimento impacta os mantos de gelo da Antártica e da Groenlândia, que desde 2002 contribuíram com cerca de 1,2 mm anuais para o aumento do nível do mar.

O estudo de Chudley destaca a necessidade de aprimorar as previsões sobre o aumento do nível do mar para que sejam possíveis ações de planejamento, mitigação e adaptação para as próximas décadas.

Via Superinteressante

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.