Aumento de ratos nas cidades: como o aquecimento global impulsiona a infestação

Aumento de ratos nas cidades: estudo liga infestação ao aquecimento global. Saiba como o clima afeta a proliferação de roedores e os riscos à saúde pública. Descubra mais!
05/02/2025 às 16:34 | Atualizado há 5 meses
Aumento de ratos nas cidades
Aumento de ratos nas cidades

Um estudo recente indica uma forte relação entre o aumento de ratos nas cidades e o aquecimento global. A pesquisa, publicada na Science Advances, analisou dados de 16 cidades ao redor do mundo, incluindo Amsterdã, Nova York, São Francisco, Toronto e Washington. Essas cinco cidades apresentaram os maiores crescimentos populacionais de roedores urbanos.

Em Washington, o aumento foi de 390%; em São Francisco, 300%; e em Toronto, 186%. Onze cidades adicionais também mostraram um aumento significativo, embora menor. Cidades como Paris e Londres não foram incluídas por falta de dados completos, mas os pesquisadores acreditam que os resultados podem ser extrapolados para outras áreas urbanas.

O estudo utilizou dados de chamados para serviços municipais não emergenciais (número 311 nos EUA), abrangendo sete anos ou mais em cada cidade. O aumento no número de reclamações relacionadas a ratos serviu como indicador do aumento de ratos nas cidades.

Jonathan Richardson, da Universidade de Richmond, na Virgínia (EUA), explicou que o aumento de ratos nas cidades é mais acentuado em locais com aquecimento mais rápido. As temperaturas mais elevadas, principalmente no início e fim do inverno, permitem que os ratos se alimentem por mais tempo, favorecendo a reprodução.

O estudo também observou uma correlação entre o aumento de ratos nas cidades e a densidade populacional humana, além do nível de urbanização. Entretanto, não foi possível estabelecer uma relação clara entre temperaturas mais baixas, riqueza das cidades e redução da população de roedores devido à falta de dados.

Para o jornal The Guardian, Richardson destacou a preocupante correlação encontrada. Os ratos causam bilhões de dólares em danos a prédios anualmente. Eles também podem ser espécies invasoras e disseminadores de, pelo menos, 60 doenças para os humanos.

Considerando os impactos negativos à saúde pública e aos ecossistemas, os autores do estudo concluem que as cidades precisam incorporar o aumento de ratos nas cidades nas estratégias de planejamento urbano. Essa questão exige atenção para o desenvolvimento de estratégias eficazes de controle e prevenção. O estudo demonstra a necessidade de ações preventivas e de monitoramento constante para mitigar os riscos associados ao crescimento populacional de ratos em áreas urbanas.

Via Superinteressante

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