Um estudo recente simulou o Impacto de asteroide na Terra, especificamente o do asteroide Bennu, previsto para uma possível colisão em 2182. A pesquisa, publicada na revista Science Advances, detalha as consequências catastróficas de um evento dessa magnitude.
O asteroide Bennu, com cerca de 500 metros de diâmetro, se aproxima da Terra a cada seis anos. Apesar da probabilidade de impacto ser baixa (0,037%), os pesquisadores modelaram cenários devastadores. O choque causaria uma destruição imediata na região de impacto.
A força do impacto lançaria de 100 a 400 milhões de toneladas de poeira na atmosfera. Isso geraria um “inverno de impacto”, com redução significativa da luz solar, temperaturas mais baixas e diminuição da precipitação.
Este cenário teria impactos globais. A temperatura média da superfície poderia cair até 4 graus Celsius, e a precipitação média, 15%. A fotossíntese seria reduzida em até 30%, afetando seriamente os ecossistemas terrestres e aquáticos.
Além disso, a camada de ozônio, nossa proteção contra a radiação ultravioleta, sofreria um esgotamento de até 32%. O impacto também causaria uma onda de choque poderosa, terremotos, incêndios e liberação de radiação térmica, criando uma grande cratera.
Aerossóis e gases seriam lançados na atmosfera superior, com efeitos climáticos e ecológicos de longo prazo. O plâncton marinho, embora se recuperasse mais rapidamente que a vegetação terrestre, também sofreria impactos.
A perda de vidas humanas seria significativa, variando dependendo da localização do impacto. O Bennu, um acumulado de detritos, é resultado da fragmentação de um corpo celeste maior, formado há cerca de 4,5 bilhões de anos.
A missão Osiris-Rex da Nasa coletou amostras de Bennu em 2020. Análises revelaram a presença de ingredientes químicos necessários para a vida, reforçando a hipótese de que asteroides semearam a Terra primitiva. A Terra já sofreu impactos de asteroides no passado, com eventos catastróficos como a extinção dos dinossauros, há 66 milhões de anos.
Em 2022, a Nasa testou a missão DART, com o objetivo de desviar a trajetória de um asteroide, um ensaio para futuras defesas planetárias. Apesar da baixa probabilidade do impacto do Bennu, os pesquisadores ressaltam a necessidade de considerar o risco. Um impacto desse porte poderia causar insegurança alimentar e mudanças climáticas drásticas.
Recentemente, um asteroide menor, o 2024 YR4, com 40 a 100 metros, apresentou uma probabilidade de 1,3% de atingir a Terra em 2032. Embora menor, a ameaça existe e reforça a importância de estudos e estratégias de defesa planetária.
Via Folha de S.Paulo
