Desde que Donald Trump reassumiu a presidência, executivos de empresas têm demonstrado incerteza em relação às suas políticas de tarifas. O recente anúncio de novas taxas não diminui essa instabilidade. Trump anunciou tarifas de 25% sobre Canadá e México, parceiros comerciais dos EUA, gerando preocupações sobre aumento de custos para empresas americanas.
A possibilidade de tarifas elevadas nas importações tem sido um tema constante nas discussões corporativas nos EUA. Desde o início de 2025, mais de 750 grandes empresas americanas abordaram o assunto em eventos para investidores e teleconferências de resultados, conforme dados da LSEG.
Empresas têm se adiantado às Tarifas de Trump, realizando encomendas antecipadas de produtos. No entanto, muitos executivos adotam uma postura cautelosa em relação a investimentos e despesas, dado que Trump tem alterado seus planos de tarifas com frequência desde que reassumiu o cargo.
Embora o recente anúncio traga alguma clareza, a situação permanece em aberto. Trump já mencionou a possibilidade de novas tarifas sobre a União Europeia e investigações sobre importações de cobre e madeira serrada, o que pode resultar em novas taxas. Outras nações prometeram retaliar, o que pode prejudicar o comércio global.
David Young, executivo do Conference Board, enfatizou que a incerteza persiste e que decisões estão sendo adiadas, resultando em uma espécie de paralisia. Executivos têm tentado tranquilizar investidores sobre a capacidade de mitigar ou repassar os custos adicionais, mas alguns expressaram frustração com as constantes mudanças de política da Casa Branca.
A respeito das tarifas, Hilton Schlosberg, co-CEO da Monster Beverage, disse que as coisas mudam diariamente. Essa incerteza tem minado a confiança de empresas e consumidores, após uma melhora inicial após a reeleição de Trump.
O ISM Manufacturing Index mostrou um aumento nas expectativas de inflação em fevereiro, com fornecedores mencionando tarifas. A confiança do consumidor dos EUA também caiu, atingindo o nível mais baixo em oito meses, com o aumento das expectativas de inflação. Grandes varejistas como Walmart e Lowe’s alertaram sobre uma possível desaceleração na demanda.
Andrew Anagnost, CEO da Autodesk, afirmou que a incerteza é o que gera angústia nos clientes, e que a busca é por certeza na política. Assessores e apoiadores de Trump afirmam que o objetivo é trazer mais manufatura para os Estados Unidos, a fim de reduzir o déficit comercial do país.
Justus Parmar, CEO da Fortuna Investments, disse que, embora inflacionárias e prejudiciais no curto prazo, as tarifas serão benéficas para os empregos americanos a longo prazo. Algumas empresas, como Honda e Pfizer, consideram transferir parte da fabricação para os EUA, o que pode aumentar os custos.
Outras empresas anteciparam encomendas em janeiro, antes das tarifas, mas fornecedores entrevistados pela Reuters disseram que essa é uma estratégia de curto prazo, pois preferem não manter estoques extras devido à incerteza quanto à demanda.
A administração Trump busca, através das Tarifas de Trump, reconfigurar o cenário comercial global, visando um retorno da manufatura para o território americano e a correção do déficit comercial. Resta acompanhar os desdobramentos dessa política e seus efeitos a longo prazo nas empresas e nos consumidores.
Via InfoMoney