A recente promessa do presidente Donald Trump de impor Tarifas sobre aço e alumínio de 25% sobre todas as importações desses metais nos EUA gerou impacto significativo no cenário global. Embora pareça direcionada a aliados americanos, a medida afeta principalmente a China, principal rival comercial dos EUA.
O Canadá, Brasil, México, Coreia do Sul e Alemanha foram os maiores fornecedores de aço para os EUA em janeiro. O Canadá também lidera as exportações de alumínio. Entretanto, a China, apesar de não exportar grandes quantidades diretamente para os EUA devido a tarifas já existentes, domina a produção global desses metais. Sua vasta produção atende principalmente sua demanda interna, mas a desaceleração da economia chinesa tem aumentado suas exportações.
Essa situação gera descontentamento nos EUA. Michael Wessel, consultor do United Steelworkers of America, afirma que a superprodução chinesa prejudica produtores e trabalhadores americanos. A China, por sua vez, evita comentar diretamente as tarifas, afirmando que o protecionismo não gera resultados positivos. A resposta chinesa inclui tarifas retaliatórias sobre produtos americanos, incluindo gás natural, carvão e máquinas agrícolas.
A superprodução chinesa de aço é resultado de um grande crescimento na construção de usinas siderúrgicas entre o início dos anos 1990 e meados dos anos 2000. Por anos, a construção na China consumiu grandes quantidades de aço, impulsionada por um boom imobiliário. Esse boom gerou moradias para sua vasta população e um grande número de unidades vazias. Contudo, um colapso no mercado imobiliário levou a uma queda na demanda e ao aumento das exportações.
A queda dos preços do aço prejudicou a indústria americana, particularmente influente em estados decisivos nas eleições presidenciais. A U.S. Steel, localizada na Pensilvânia, e o sindicato United Steelworkers of America, com sede em Pittsburgh, são exemplos dessa influência. A reação contra o aço chinês não se limita aos EUA, com países como Brasil, Canadá, Indonésia e Turquia aumentando tarifas sobre o aço chinês nos últimos 12 meses.
Durante seu primeiro mandato, Trump já havia imposto tarifas adicionais sobre aço e alumínio, isentando alguns países em troca de cotas de exportação. As tarifas sobre a China, porém, foram mantidas. Essas medidas ajudaram a indústria americana, que aumentou sua capacidade produtiva em 20% nos últimos seis anos. Em janeiro de 2025, as usinas americanas operavam a 74,4% de sua capacidade, segundo o American Iron and Steel Institute.
Via InfoMoney