Geleiras enfrentam perda de gelo de 273 bilhões de toneladas anuais desde 2000

Perda de gelo: geleiras derretem em ritmo alarmante! Estudo revela dados chocantes e os impactos no planeta. Saiba mais!
26/02/2025 às 11:34 | Atualizado há 4 meses
Perda de gelo
Estudo global revela o impacto das mudanças climáticas no recuo das geleiras. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)

As geleiras, vitais para o equilíbrio hídrico e climático do planeta, enfrentam um alarmante **perda de gelo**. Um estudo recente aponta que, entre 2000 e 2023, o derretimento desses reservatórios de água doce atingiu o equivalente a três piscinas olímpicas por segundo. Essa estatística se traduz em uma redução média de 273 bilhões de toneladas de gelo anualmente.

Excluindo as vastas camadas de gelo da Groenlândia e da Antártica, as geleiras restantes cobriam uma área de 705,2 mil km² no ano 2000, armazenando 121,7 trilhões de toneladas de gelo. Desde então, aproximadamente 5% desse volume cristalizado desapareceu. O estudo, publicado na revista *Nature*, destaca a importância das geleiras como indicadores das mudanças climáticas.

A magnitude da perda de gelo surpreendeu até mesmo os cientistas envolvidos na pesquisa. O Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS), participante do estudo, expressou surpresa com a rapidez do derretimento. Michael Zemp, professor da Universidade de Zurique (UZH) e diretor do Serviço Mundial de Monitoramento de Geleiras, afirmou que a quantidade de gelo perdida nos últimos anos é chocante.

Os resultados revelaram perdas nas geleiras dos Alpes e dos Pirineus, com um declínio de 40% no volume de gelo durante o período analisado. Zemp mencionou que, nos Alpes europeus, as geleiras perderam 10% do gelo em apenas dois anos.

Para estudar a perda de gelo, uma equipe internacional desenvolveu o “Exercício de Intercomparação de Balanço da Massa de Geleiras” (GlaMBIE). A equipe compilou dados de satélite e medições diretas de regiões de geleiras, exceto as da Groenlândia e da Antártica.

Ao integrar e comparar esses dados, os cientistas criaram uma série temporal que ilustra as mudanças na massa das geleiras de 2000 a 2023. A coleta de informações de diversas fontes e técnicas garantiu dados sobre o derretimento das geleiras e a contribuição para a elevação do nível do mar.

A pesquisa atual revela que as geleiras estão derretendo em ritmo acelerado. O físico Andy Shepherd, da Universidade de Northumbria, que não participou do estudo, apontou que as estimativas da comunidade científica são importantes, pois dão credibilidade às descobertas.

Samuel Nussbaumer, gerente de projeto do GlaMBIE, indicou que a perda de gelo nas geleiras continuará e acelerará até o final do século. Os dados reforçam o apelo do IPCC por ações urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Zemp também enfatizou que cada 0,1 °C de aquecimento evitado ajudará a preservar geleiras e minimizar os impactos na disponibilidade hídrica e na elevação do nível do mar.

Os resultados alertam para a necessidade urgente de ações coordenadas e eficazes para mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger esses recursos hídricos. A combinação de dados de satélite e medições diretas permite um acompanhamento preciso das mudanças nas geleiras e fornecem informações valiosas para a tomada de decisões.

Via TecMundo