A **liquidez do mercado livre** de energia elétrica apresentou um notável crescimento ao longo de 2024, impulsionada pela abertura do setor a um número crescente de consumidores de alta tensão e pelo aumento no número de adesões a esse ambiente de contratação. Esse aumento na liquidez indica um dinamismo maior nas operações do setor, com a energia sendo comercializada diversas vezes antes de chegar ao consumidor final.
A energia elétrica gerada em uma usina pode ser negociada repetidamente entre empresas antes de ser efetivamente consumida. A quantidade dessas transações é um indicador da liquidez do mercado livre de energia. De acordo com a Associação Brasileira dos Consumidores de Energia (Abraceel), em dezembro de 2024, cada megawatt médio (MWm) foi comercializado 6,33 vezes antes de ser entregue ao consumidor final.
No mesmo período do ano anterior, esse índice era de 5,13 vezes, refletindo um aumento significativo. Esse crescimento da **liquidez do mercado livre** de energia reflete principalmente a expansão do mercado, com a entrada de 25.966 novas unidades consumidoras no ambiente livre durante o ano anterior, representando um aumento de 67% em um período de 12 meses.
Em dezembro, o volume total de energia negociada no mercado livre atingiu 177.466 MWm, o que correspondeu a 79% de toda a energia comercializada no Brasil naquele mês, segundo dados da Abraceel. Esse crescimento acompanhou o desenvolvimento do mercado, com o aumento dos canais de negociação e a formalização de contratos.
O Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE) encerrou 2024 com um volume de R$ 88,4 bilhões em negociações, um aumento de 198% em relação a 2023. No total, foram transacionados mais de 100 mil contratos, representando um crescimento de 324% em relação ao ano anterior.
Segundo Eduardo Rossetti, diretor Comercial de Produtos, Comunicação e Marketing da BBCE, esse volume também reflete a alta volatilidade dos preços no mercado em 2024, causada pela seca que afetou os reservatórios das usinas hidrelétricas, elevando o custo da energia.
Com o objetivo de capitalizar sobre o aumento da **liquidez do mercado livre**, a BBCE lançou em novembro um novo produto, o SWAP Físico Energia. Esse tipo de acordo envolve duas operações simultâneas: a venda de um ativo e a compra de outro com o mesmo vencimento, sendo especialmente útil para empresas que desejam reduzir sua exposição a uma determinada região ou mudar a fonte de energia contratada.
Em 2024, o mercado brasileiro também viu a chegada de uma segunda “bolsa” de negociação de energia, a N5X, que opera desde junho. A iniciativa é uma parceria do fundo L4 Venture Builder, com o apoio da B3, e a Nodal Brazil, do grupo European Energy Exchange (EEX). Atualmente, a N5X está focada principalmente na formalização de contratos, mas planeja expandir suas atividades para as negociações em breve.
A expansão da **liquidez do mercado livre** de energia e o aumento do número de participantes indicam um setor mais dinâmico e com maior potencial de crescimento, com novas ferramentas e plataformas que podem auxiliar as empresas a otimizar suas estratégias de compra e venda de energia.