A fabricante de células de bateria Northvolt solicitou recuperação judicial da Northvolt na Suécia, marcando um dos maiores reveses corporativos do país. A decisão impacta a ambição europeia de estabelecer um concorrente de peso para as empresas chinesas no setor de baterias. A empresa, que buscava recursos para solucionar problemas de produção, já havia solicitado recuperação judicial nos EUA em novembro.
Tom Johnstone, presidente da Northvolt, declarou que a decisão não foi fácil e representou o único caminho viável após tentativas de evitar a proteção contra credores. A dívida da empresa ultrapassa US$8 bilhões, considerando as entidades da Northvolt envolvidas no processo de recuperação.
A notícia da recuperação judicial da Northvolt repercutiu na história corporativa sueca, sendo comparada ao colapso da montadora Saab Automobile. Montadoras europeias depositavam na Northvolt a esperança de diminuir a dependência de concorrentes chineses como CATL e BYD. Marie Nilsson, do sindicato IF Metall, lamentou os erros que levaram a essa situação.
Desde sua criação em 2016, a Northvolt captou mais de US$10 bilhões em capital, dívida e financiamento público. Entre os maiores acionistas estão Volkswagen, com 21%, e Goldman Sachs, com 19%. As operações da Northvolt na América do Norte e na Alemanha não foram incluídas no pedido de recuperação, assim como a unidade polonesa.
Robert Habeck, Ministro da Economia da Alemanha, expressou esperança em encontrar um investidor para salvar a fábrica planejada na Alemanha. A Porsche, que possui contratos com a Northvolt, já busca alternativas, enquanto a Volkswagen permanece em contato com a empresa.
Nos últimos meses, diversos acionistas reduziram a zero o valor de suas participações na Northvolt. A Scania, parceira de longa data, firmou um novo acordo de fornecimento de células de bateria. Em junho, a BMW cancelou um pedido de US$2 bilhões devido ao não cumprimento de um contrato de longo prazo pela Northvolt.
Via InfoMoney