PF revela áudios do golpe envolvendo Bolsonaro em investigações no STF

Áudios golpe Bolsonaro: PF revela gravações inéditas que expõem o plano golpista e o envolvimento de militares e civis. Saiba mais!
24/02/2025 às 14:19 | Atualizado há 8 meses
               
Áudios golpe Bolsonaro
Áudios golpe Bolsonaro

Os desdobramentos da investigação sobre a tentativa de **golpe de Estado** de 2022 ganharam um novo capítulo com a divulgação de áudios inéditos. As gravações, extraídas de dispositivos apreendidos pela Polícia Federal, revelam o envolvimento de militares e civis em planos para contestar o resultado das eleições e instaurar um regime autoritário após a derrota de Jair Bolsonaro (PL).

Os áudios foram apresentados no programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo, trazendo à tona conversas comprometedoras entre os participantes do esquema. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas ao Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de abolir o Estado democrático de direito.

As gravações expõem diálogos nos quais militares em posições de comando incentivam a participação popular na articulação do golpe. Um interlocutor não identificado questiona o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, então responsável pelas Operações Terrestres do Exército em Brasília, sobre a aparente falta de percepção dos militares em relação ao descontentamento popular.

Em outro momento, Almeida expressa a disposição de “sair das quatro linhas” e recebe uma mensagem de um contato anônimo que o incentiva a não ter “medo de ficar para a história” como um fomentador do golpe. Diante de obstáculos que não podiam ser superados pelos militares, o grupo apelava para que os pedidos chegassem até o então presidente Jair Bolsonaro.

O general Mario Fernandes, que está preso desde novembro do ano passado, pede ao tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, que o presidente interceda junto ao Ministério da Justiça para conter a Polícia Federal em relação aos caminhões que estavam em frente ao QG. A expectativa de que os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica apoiassem o golpe era evidente.

Em um dos áudios, Fernandes menciona que “algumas fontes sinalizaram que o comandante da Força foi ao Alvorada, para sinalizar ao presidente que ele podia dar a ordem”. A frustração com a resistência do Exército e da Aeronáutica é relatada pelo coronel George Hobert Oliveira Lisboa, assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Lisboa afirma que “o Alto Comando do Exército tá se fechando em copas, talvez com uma maioria contra a decisão do presidente”, priorizando a instituição em vez do país. O tenente-coronel Sérgio Cavaliere revela ao coronel Gustavo Gomes que Mauro Cid informou que “não vai ter nada”, pois o Alto Comando está dividido e não quer apoiar a ideia.

Em outra gravação, o coronel Bernardo Corrêa Netto diz ao coronel Fabrício Bastos que “Presidente só faria (o decreto do golpe) se tivesse apoio das Forças Armadas, porque ele tá com medo de ser preso”. A defesa do general Mario Fernandes alega que ainda não teve acesso completo ao conteúdo das quebras de sigilo e que a denúncia apresenta apenas trechos isolados.

Os advogados de Cid preferiram não se pronunciar, e a reportagem não conseguiu contato com a defesa dos demais citados. Os áudios golpe Bolsonaro revelam a extensão do plano e o envolvimento de figuras importantes na tentativa de subverter a ordem democrática.

A divulgação desses áudios é mais um passo nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, e a expectativa é que novas informações e desdobramentos venham à tona nos próximos meses. A sociedade aguarda ansiosamente por justiça e pela responsabilização de todos os envolvidos nesse grave atentado à democracia.

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.