O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou uma denúncia impactante nesta terça-feira, revelando que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento e concordou com o Plano Punhal Verde Amarelo. Este plano, conforme a denúncia, previa o assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, no final de 2022.
Segundo Gonet, o plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do então Presidente da República, que o aprovou. Essa aprovação ocorreu no mesmo período em que o Ministério da Defesa divulgava um relatório que reconhecia a ausência de fraudes nas eleições. A denúncia foi apresentada ao ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito sobre o golpe no Supremo Tribunal Federal (STF).
As investigações revelaram uma operação com o objetivo de executar um golpe, que admitia até mesmo a morte do Presidente e do Vice-Presidente eleitos, bem como a de um ministro do Supremo Tribunal Federal. O procurador-geral mencionou as provas reunidas pela Polícia Federal (PF), mas não especificou quais indicavam diretamente o envolvimento e o consentimento de Bolsonaro na tentativa de assassinato dos seus opositores.
O plano foi identificado pela PF em novembro do ano anterior, durante a Operação Contragolpe. O documento foi apreendido com o general reformado do Exército, Mário Fernandes, que atuava como ex-secretário-executivo da Presidência no governo Bolsonaro. O planejamento envolvia o uso de químicos para causar um colapso orgânico, considerando a saúde vulnerável e as idas frequentes de Lula a hospitais.
De acordo com Gonet, Bolsonaro e outros membros da organização criminosa estruturaram, no Palácio do Planalto, um plano de ataque às instituições. O objetivo era derrubar o sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática, e esse plano recebeu o nome de Plano Punhal Verde Amarelo. A equipe da Procuradoria-Geral da República (PGR) também mencionou outros planos que se somaram ao Plano Punhal Verde Amarelo.
Esses planos adicionais visavam desestabilizar as instituições e manter Bolsonaro no poder. A avaliação da PGR é que esses diversos planos culminaram na Operação Copa 2022, que buscava criar comoção nacional por meio da morte de Lula, Alckmin e Moraes. O objetivo era envolver o Alto Comando do Exército na tentativa de golpe.
Com as falhas nas etapas anteriores, a organização depositou a última esperança na manifestação de 8 de janeiro, segundo Gonet. A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República detalha um cenário de tentativas coordenadas para subverter a ordem democrática e institucional do país.
A gravidade das acusações e a extensão do Plano Punhal Verde Amarelo demonstram a importância das investigações em curso para esclarecer todos os fatos e responsabilizar os envolvidos.